quarta-feira, novembro 30, 2005

Fingido ou subtil?

Almada Negreiros, Maternidade, 1935

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernado Pessoa




Portanto, vira o disco e toca o mesmo, pois é caro amigo, fingido ou subtil?
Pessoa dizia que o poeta é fingidor, mas seria mesmo? Como podes tu descrever algo que não conheces? E será que quando mentimos, fingimos a verdade?
Vou pôr a questão ao geral das Artes. Esta é uma questão deveras difícil de explicar, mas vamos lá ver se eu me faço entender. Escrevemos algo, estamos a fingir, ou estaremos a fingir que fingimos para nos protegermos? Como podiam ser os poemas, poemas cheios de sentimentos, puras mentiras?
Mas eu só estou a levantar questões, sem tirar alguma conclusão.
Mesmo que o autor finja o fingimento, ou que simplesmente finja, há algo dele que passa para a obra, um sentimento escondido, desconhecido, esquecido, apagado, uma memória…Agora até que ponto conseguimos nós chegar a essa subtileza do autor, bom isso já é outra história, é complicado.
Mentira, verdade, mentira sobre a verdade ou verdade sobre a mentira, farsa ou cinismo, ingenuidade ou fraqueza, não lhe podes perguntar, e mesmo que pudesses, até que ponto iria o autor admitir a verdade? Eu cá acho, que não finge, esconde-se. Mentir, fingir, não é possível quando criamos, pois é algo que sai de nós, logo lá há de estar sempre a nossa eterna presença de produtores de algo. È o mesmo que os pais têm para os filhos, o seu sangue está sempre presente, mesmo que se tentem negar mutuamente. Diria até mais, quando produzimos fazemos verdadeiro papel de Deuses, afinal não é esse o maior poder Deles?Criar...Criamos mundos nossos, que saiem de nós, pode nem existir, mas somos nós pais e mães das nossas produções, que estamos lá, superados, mas estamos, sem mentiras ou fingimentos.

terça-feira, novembro 29, 2005

Dia Não, discurso do péssimismo ou da caveira ou do negro ou do...

Salvador Dalí

Odeio dias destes e não devo ser unica com certeza... Tenho que estudar, não me apetece, não tou com paciência para nada, tenho dores, de cabeça e não só, tenho a tarde livre para me preparar para o teste de amanhã, que não me irá de todo correr bem. Tenho de sair de casa mas não me apetece. Não dá nada de especial na tv, não posso ler os livros de que gosto porque tenho de ler aqueles para a escola. Estou farta de escola, e ainda falta quase um mês para acabar! Continuo com dores, e por mais que me tente distraír por aqui, continuo a sentir me mal, devia estar a estudar. O dia está estranho, digo, o clima. Nem sei o que me apetece fazer, era bom simplesmente cair na cama e esquecer...
Estou a olhar para o ecran e até o que estou a escrever me está a meter raiva. Estou irritada, stressada, mal disposta, implcante...E por mais que me tente distrair não passa. Amanhã o dia vai ser melhor...Ou então não. Apetece-me bater em alguém. Continuo a escrever, na esperança que passa. Mas está tudo na mesma.
Sentada estou mal. Deitada também. Em pé não aguento.
Não tenho cabeça para ler. E como verificam, nem para escrever a coisa me corre bem. Desisto.
Será que me apetece sair?
A musica está deprimente, mas as alegres não me soam bem.
Continua na mesma.
Não me apetece sair, nem sei se consigo, o que é incrivél, já que eu nunca estou em casa.
Não me apetece nem pensar, mas tal é impossivél.
Ai....
O que faço? Fico por aqui...a pensar...
Fiz uma pausa, fiquei a olhar para belos quadros surrealistas, não melhorou o meu astral.
É melhor calar-me, e para de dizer disparates por aqui..

terça-feira, novembro 22, 2005

Chuva!


Epah! Já ando possessa com a porcaria da chuva!! Eu sei que é necessária e tal, e por causa da seca e mais não sei o quê…mas quer dizer, eu mal consigo ver, aqui, uma arvore que tenha mais de duas folhas, se ainda fosse janelas…agora folhas é difícil. Então expliquem porquê tanta chuva pra estes lados? Mandem na toda para o Alentejo pah! Ou Algarve…Sinceramente.
Acham normal, eu, uma estudante três appliquè, ficar mais de 10 minutos, em baixo de uma varanda, numa cena a lembrar um filme de terror, á espera que o dilúvio passasse para poder deslocar me até á escola sem me molhar tanto, e atenção – sem me molhar tanto – porquê mesmo assim quando cheguei á escola parecia que tinha acabado de fazer uma regata em pleno dia de tempestade. Ora isto é no mínimo aborrecido. E além disso quando cheguei á escola havia um verdadeiro rio a descer o átrio da escola, que para não variar, tem tudo entupido, portanto a água escorre toda pela portão de entrada. Lindo!
Eu até gosto do Inverno, do frio, do nevoeiro, daqueles dias cheios de sol mas frios como tudo, agora chuva?! Chuva?! Acordo de manhã, olho pela janela e o que eu vejo? Um verdadeiro locus horrendus! Tudo negro, o céu negro, nem parece a noite como toda gente tem a mania de dizer, é muito mais sombrio, muito mais monstruoso, muito mais medonho, muito mais deprimente, os céus a chorarem alguma desgraça…Aquele cinzento espalhado por todo o lado, com os montes de betão a ajudar, toda as pessoas com cara de zombies, os carros a apitarem, tudo freneticamente deprimente, frio e molhado. Ora com esta vista logo de manhã querem que uma pessoa ande bem disposta? Molhada, despenteada, chateada, deprimida, agora bem disposta? Não pode.
Eu apelo ao São Pedro, ou outro qualquer que controle a máquina do tempo, parem com chuva s.f.f. Se parecem com os dilúvios já não era mau…

sábado, novembro 19, 2005

Improvisos...

Caros e benevolos leitores, apercio a vossa paciência em esperarem pelo meu regresso aos posts, sim!estou armada em Almeida Garrett, com direito a tom coloquial e tudo, só não têm direito á intelegencia eximia desse grande e excentrico homem....Como já devem ter repardo não posto nada á seculos, eu explico-me então:
Já tentei escrever uma carta ao Pres. da Républica, ao Bush, ao Papa, ao Dalai Lama e até ao Harry Potter! Mas ia ser em vão, porque nem com magia se podia aceder ao meu pedido, eu queria que os dias tivessem 48 horas! Para ter tempo para tudo...Mas, 24 horas os dias têem, e no final do dia só quero é dormir de tão cansada que estou, por isso desleixo-me aqui com o meu blog e com os meus paciêntes leitores.
Continuando no mesmo tema, a rapidez com os dias passam, e concequentemente, as semanas, os meses, os anos....Não há tempo para nada, uma pessoa na flor da juventude, começa desde cedo numa ansia de viver e esticar dias para poder fazer tudo. E mesmo assim, não se faz nada! è realmente frustante. A vida é realmente efemera.
Soluções? Estiquem os dias!? Era bom era...Mas não é. Tentemos outra solução então, a divisa "carpe diem", viver cada dia como se fosse o ultimo. Resulta? Talvez, mesmo assim, continuo com a sensação que me falta muito que fazer...A ansia de viver frenética e stressante ,apodera se de nós e acabamos na mesma, há tanta coisa que quero fazer...Mete medo, especialmente quando nos acontecem coisas a vida que nos fazem repensar nas prioridades. E se acabasse amanhã? Como era?! Medonho...Quero tanto aprender, viver...E quem não pode?
Uma vez vi um filme, a propósito da efemeridade dos dias e da vida em geral, o Troia, em que a personagem principal é um smi-Deus, o mitico e lendário Aquiles, neste filme, interpretado por Brad Pitt. Nesse filme, Aquiles diz algo, que me deixou horas a pensar, até me fez sonhar com isso! Ele diz, que os Deuses nos invejam. Porquê? Exactamente por aquilo de que tanto eu reclamo, eu e toda a gente. A efemeridade da vida, o facto de sabermos que amanhã tudo pode acabar, no fundo o facto de sermos mortais. Esse facto que nos faz chorar, essa condição de Mortalidade, que nos faz viver "carpe diem", digo, cada dia como se fosse o ultimo, que por sua vez, nos faz capazes de sentirmos algo, que segundo Aquiles os Deuses não sentem, a felicidade. Esta simples e (in)feliz condição de mortalidade, faz viver cada dia de uma vez, como se fosse o ultimo, cada dia como se fosse unico, e são mesmo! Essa condição de mortalidade, que nos faz querer viver todos dias melhor e cada vez melhor, que nos dá objectivo...e no fundo, como haveria vida sem morte? Ou que sentido teria a vida sem a morte? O mal sem o bem..Voltamos ao mesmo no fundo, o sentido da vida, o equilibrio entre o Claro e Escuro, que estabelece sentido nas nossas vidas...
A dificuldade está em sabermos viver, no "carpe diem" por tantos aclamado mas por tão poucos vivido. Como se perde tempo em coisas que não valem a pena, e quão cegos somos de por vezes não mudarmos, quão triste é choramos uma vida perdida, quão triste é termos de chorar a efemeridade da vida, quando la supostamente é uma benção da Natureza. Quão unicos somos, quão unica é a vida, os dias, as horas, os momentos de felecidade, quão estupidos somos...
Que esses que nos invejam, nos dêem forças para sermos melhores, para termos força. Canalizemos então as nossas energias na busca de uma vida completa cheia de coisas boas e más, cheia, no fundo de felicidade.
Canalizemos também neste momento as nossas energias positivas para aqueles que mais precisam delas, para os nossos amigos que precisam do nosso apoio, para aqueles que lutam pela vida, não cruzemos braços e lutemos por nós e por os outros que também merecem viver.
Good luck, we won't lose our hope, for you, and for the
rest.
Não podemos ficar indiferentes á Vida.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Manifesto anti-Dantas versus discurso polico actual

por José de Almada-Negreiros
POETA D'ORPHEU FUTURISTA e TUDO

"BASTA PUM BASTA!
UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE REPRESENTAR POR UM DANTAS É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO!
ABAIXO A GERAÇÃO!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS A CAVALO É UM BURRO IMPOTENTE!
UMA GERAÇÃO COM UM DANTAS À PROA É UMA CANÔA UNI SECO!
O DANTAS É UM CIGANO!
O DANTAS É MEIO CIGANO!
O DANTAS SABERÁ GRAMMÁTICA, SABERÁ SYNTAXE, SABERÁ MEDICINA, SABERÁ FAZER CEIAS P'RA CARDEAIS SABERÁ TUDO MENOS ESCREVER QUE É A ÚNICA COISA QUE ELLLE FAZ!
O DANTAS PESCA TANTO DE POESIA QUE ATÉ FAZ SONETOS COM LIGAS DE DUQUEZAS!
O DANTAS É UM HABILIDOSO!
O DANTAS VESTE-SE MAL!
O DANTAS USA CEROULAS DE MALHA!
O DANTAS ESPECÚLA E INÓCULA OS CONCUBINOS!
O DANTAS É DANTAS!
O DANTAS É JÚLIO!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
(...)
O DANTAS É UM CIGANÃO!
NÃO É PRECISO IR P'RÓ ROCIO P'RA SE SER UM PANTOMINEIRO, BASTA SER-SE PANTOMINEIRO!
NÃO É PRECISO DISFARÇAR-SE P'RA SE SER SALTEADOR, BASTA ESCREVER COMO DANTAS! BASTA NÃO TER ESCRÚPULOS NEM MORAES, NEM ARTÍSTICOS, NEM HUMANOS! BASTA ANDAR CO'AS MODAS, CO'AS POLÍTICAS E CO'AS OPINIÕES! BASTA USAR O TAL SORRISINHO, BASTA SER MUITO DELICADO E USAR CÔCO E OLHOS MEIGOS! BASTA SER JUDAS! BASTA SER DANTAS!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
O DANTAS NASCEU PARA PROVAR QUE, NEM TODOS OS QUE ESCREVEM SABEM ESCREVER!
O DANTAS É UM AUTOMATO QUE DEITA PR'A FÓRA O QUE A GENTE JÁ SABE QUE VAE SAHIR... MAS É PRECISO DEITAR DINHEIRO!
O DANTAS É UM SONETO D'ELLE-PRÓPRIO!
O DANTAS EM GÉNIO NUNCA CHEGA A PÓLVORA SECCA E EM TALENTO É PIM-PAM-PUM!
O DANTAS NÚ É HORROROSO!
O DANTAS CHEIRA MAL DA BOCA!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
(...)
O DANTAS É A VERGONHA DA INTELLECTUALIDADE PORTUGUEZA! O DANTAS É A META DA DECADÊNCIA MENTAL!
(...)
DANTAS E DANTAS, DANTAS, DANTAS, DANTAS... E LIMONADAS DANTAS - MAGNESIA.
E FIQUE SABENDO O DANTAS QUE SE UM DIA HOUVER JUSTIÇA EM PORTUGAL TODO O MUNDO SABERÁ QUE O AUTOR DOS LUZÍADAS É O DANTAS QUE N'UM RASGO MEMORÁVEL DE MODÉSTIA SÓ CONSENTIU A GLÓRIA DO SEU PSEUDÓNIMO CAMÕES.
(...)
E AS PINOQUICES DE VASCO MENDONÇA ALVES PASSADAS NO TEMPO DA AVÔSINHA! E AS INFELICIDADES DE RAMADA CURTO! E O TALENTO INSÓLITO DE URBANO RODRIGUES! E AS GAITADAS DO BRUN! E AS TRADUCÇÕES SÓ P'RA HOMEM (D) O ILLUSTRÍSSIMO EXCELENTÍSSIMO SENHOR MELLO BARRETO! E O FREI MATTA NUNES MÔXO! E A IGNEZ SYPHILITICA DO FAUSTINO! E AS IMBECILIDADES DO SOUSA COSTA! E MAIS PEDANTICES DO DANTAS! E ALBERTO SOUSA, O DANTAS DO DESENHO! E OS JORNALISTAS DO SECULO E DA CAPITAL E DO NOTICIAS E DO PAIZ E DO DIA E DA NAÇÃO E DA REPUBUCA E DA LUCTA E DE TODOS, TODOS OS JORNAES! E OS ACTORES DE TODOS OS THEATROS! E TODOS OS PINTORES DAS BELLAS ARTES E TODOS OS ARTISTAS DE PORTUGAL QUE EU NÃO GOSTO. E OS DA AGUIA DO PORTO E OS PALERMAS DE COIMBRA! (...) E TODOS OS QUE SÃO POLITICOS E ARTISTAS! E AS EXPOSIÇÕES ANNUAES DAS BELLAS ARTE(S)! E TODAS AS MAQUETAS DO MARQUEZ DE POMBAL! E AS DE CAMÕES EM PARIS! E OS VAZ, OS ESTRELLA, OS LACERDA, OS LUCENA, OS ROSA, OS COSTA, OS ALMEIDA, OS CAMACHO, OS CUNHA, OS CARNEIRO, OS BARROS, OS SILVA, OS GOMES, OS VELHOS, OS IDIOTAS, OS ARRANJISTAS, OS IMPOTENTES, OS SCELERADOS, OS VENDIDOS, OS IMBECIS, OS PÁRIAS, OS ASCETAS, OS LOPES, OS PEIXOTOS, OS MOTTA, OS GODINHO, OS TEIXEIRA, OS DIABO QUE OS LEVE, OS CONSTANTINO, OS GRAVE, OS MANTUA, OS BAHIA, OS MENDONÇA, OS BRAZÃO, OS MATTOS, OS ALVES, OS ALBUQUERQUE, OS SOUSAS E TODOS OS DANTAS QUE HOUVER POR AHI!!!!!!
E AS CONVICÇÕES URGENTES DO HOMEM CHRISTO PAE E AS CONVICÇÕES CATITAS DO HOMEM CHRISTO FILHO!
E OS CONCERTOS DO BLANCH! E AS ESTATUAS AO LEME, AO EÇA E AO DESPERTAR E A TUDO! E TUDO O QUE SEJA ARTE EM PORTUGAL! E TUDO! TUDO POR CAUSA DO DANTAS!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!
PORTUGAL QUE COM TODOS ESTES SENHORES, CONSEGUIU A CLASSIFICAÇÃO DO PAIZ MAIS ATRAZADO DA EUROPA E DE TODO OMUNDO! O PAIZ MAIS SELVAGEM DE TODAS AS ÁFRICAS! O EXILIO DOS DEGRADADOS E DOS INDIFERENTES! A AFRICA RECLUSA DOS EUROPEUS! O ENTULHO DAS DESVANTAGENS E DOS SOBEJOS! PORTUGAL INTEIRO HA-DE ABRIR OS OLHOS UM DIA - SE É QUE A SUA CEGUEIRA NÃO É INCURÁVEL E ENTÃO GRITARÁ COMMIGO, A MEU LADO, A NECESSIDADE QUE PORTUGAL TEM DE SER QUALQUER COISA DE ASSEIADO!
MORRA O DANTAS, MORRA! PIM!"

Partindo deste maravilhoso texto, numa linguagem tão, tão...expressiva, nem sei por onde começar.
Bom acho que vou falar primeiro sobre o documento em si, foi escrito por Almada Negreiros e publicado algures em 1916, quando o velho Negreiros ainda era um jovem rebelde, de apenas 23 anitos! Rapidamente, isto surge no conceito Histórico, onde as revoluções artisticas começavam-se a revelar, e neste caso o Modernismo, mais especificamente o Futurismo, que regeitam todos e quaisqueres canônes clássicos, este manifesto na altura foi extremamente polémico, aliás como é facil de imaginar. Texto é o original (pelo que me consta pelo menos) por isso é normal encontrarem palavras escritas incorrectamente, mas na altura era assim que se escreviam.
Li isto algures e achei hilariante, por isso decidi postar.
Mais uma coisa, este tipo de ataque pessoal-- neste caso que eu até acho com razão, já que os velhos do Restelo tentam sempre boicotar as inovações, já faz parte...-- não vos é familiar? Se em vês de "poesia" se lesse "politica"? A mim parece me que muitos se inspiram nisto, inda hoje estive a ver o debate da Assembleia da Républica, sobre o orçamento de Estado para 2006, e foi parecidissimo! Expliquem me...Ah já é tradição! Ok então já percebo, afinal é importante manter a nossa cultura viva, se bem, que se prestarmos atenção, os nossos policos não escrevem nem têem o génio de Almada Negreiros...E o discurso, bom esse, de coerente e artistico não tem nada...PIM!

terça-feira, novembro 08, 2005

É revoltante

Cavaleiro da Morte, Salvador Dalí Então não será humano este cavaleiro?
Recuso-me a entrar em dialecticas face a estes estrondosos acontecimentos, nem vou referi-los, toda a gente já os conhece. São os mesmos hoje de á seculos a atrás!Que querem eles? Que o mundo se vire e lhes faça vénias? Que ninguem se preocupe com mais nada senão com a hipocrisia deste mundo?? Matam-se, esfolam-se, atromentam-se, odeiam-se, atacam-se....recuso-me a viver assim! Que é feito dos belos ideais dos hippis!? Peace and love, já alguém ouviu falar? Por que insistem?! Violência só atrai violencia. Não digo isto somente para os desgraçados que atiram bombas e incendeiam carros, que se matam, digo também para os hipócritas policos, para as falsas inoncentes pessoas deste mundo que, desculpem a expressão, tão se a cagar para os outros! Não vêem que no fim todos vamos para o mesmo lado? Todos acabamos debaixo da terra, mais cedo ou mais tarde, o nosso fim é o mesmo, morrer. Então pergnto-vos irmãos, para quê matarem-se uns aos outros? Realmente é mais fácil odiar do que amar. Mas justifica-se? Ao longo de séculos a luta é sempre a mesma, o final é sempre o mesmo, os erros repetem-se, as pessoas continuam a sofrer. Será que a raça Humana só está feliz quando o outro não está? Será preciso esquecer os outros para ser feliz? Quer dizer...Tenham paciência, não justificação possivel para o mundo estar como está. É revoltante. Mete nojo. Quanto mais fazemos sofrer os outros mais sofremos, mesmo assim, continuam a insistir. Se continuam a existir acabam com o problema de uma vez por todas. Força, matem-se logo de uma vez.
Não é o mundo que está perdido, são as pessoas. A História desde século, á semelhança do anterior e anterior a este estará escrito no negro céu com tinta de sangue. E o pior, para nada.
Péssimista? Talvez. Mas podemos ser optimistas face a este panorama?

domingo, novembro 06, 2005

Unicornio...



Unicornio, animal mitico, cuja sangue tem poderes ocultos e ninguém o concegue caçar, será por isto que nunca vi um?
Unicornio numa linguagem mais vulgar, pode significar, alg que queremos muito e nunca conceguimos apanhar. Todos nós temos uma mandas deles na cabeça... Coisas que queremos muito e apesar de lutarmos, não conseguimos concretiza-las. Corremos atrás delas á procura...e esquece lá isso.
O unicornio do povo ocidental é a paz. Quer dizer, reparem nestes ultimos incendentes? E já agora respondam-me a uma pergunta, houve alguma paz durante estes anos todos? Eu bem a procuro nos meus livros de História, mas acho que essa parte foi apagada...Apesar das sucessivas tentivas, parece impossivel viver mais do que um dia sem ouvir ameaças de disturbios. Será este o maior defeito do ser Humano? A total incapacidade de viver sem conflito mais do que umas escaças horas?

Fungindo ao tema, mas ainda falando de unicornios, o importante na vida, é nunca deizar de perseguir a nossa manada de unicornios, pois eles são dificeis de apanhar, mas quando se apanham grandes coisas podem acontecer. Coisas mágicas...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Musica....coisa boa

Kurt Cobain e a sua guitarra, e a sua cara linda, e a sua voz maravilhosa, e as suas musicas lindas....enfim nunca mais acabava, e já agora, aquilo é o tipo de "guitarrada" potente que eu gosto. E ja´que se fala de Kurt Cobain, vai estriar um filme chamado "Last days" baseado na ultima semana de vida deste "deus".


Ah pois. Em nome de quem diz que eu só falo de coisas más (apesar de eu já ter explicado a razão pela a qual o fazia) . Vou falar de musica....essas vibrações que nos mudam o estado de espirito. Mais uma vez consultei o dicionário:
Música, s.f. arte que ensina a tocar ou a cantar; v.t. pôr em musica.
Não é muito esclarecedor não?
Mas eu posso tentar esclarecer. Bom, musica são vibrações sonoras, que batem algures numa coisa do nosso ouvioa que se chama martelo, que por sua vez, por meio dos nervos ou o que é, trasmite ao nosso cerebro algo parecido com "barulhos harmoniosos". Ok, eu tentei.
O importante: não o que é, mas o que faz.
A musica provoca nas pessoas várias reacções. Independentemente dos estilos, da suposta qualidade ou falta dela o que fica são boas vibrações que provocam ou estimulam sentimentos diversos. Tudo isto vibrações. Invrivel. Poderoso...
Vou admitir desde já, que a musica é uma coisa boa. Para quem gosta, sempre boa.
A musica tem tendencia a fazer nos sentir bem ou mal, depende da musica e do que ela nos lembra, mas é mais normal (penso eu, e isto é só a minha opinião, lembrem-se) sermos n´s a procurar a musica conforme o nosso estado de espirito. Acho que se pode dizer que funciona como na escrita, afinal não também ela uma forma de expressar-nos? Aquela "coisa" do locus horrendus e locus amenus.... Quando o sujeito poetico de um poema se sente infeliz, deprimido, angustiado, assim "mal", ele procura ou aparece na poesia num locus horrendus, isto é, num paisagem triste, melancólica, negra, feia, horrenda....Se ele está feliz num locus amenus, ou seja, numa paisagem bonita, harmoniosa, com cores alegres....A estas "paisagens" poderiamos acrescentar a musica.
Pelo menos comigo é assim, conforme o meu estado de espirito, muda a musica que oiço. Por vezes é até uma maneira de descobrir como estamos mesmo, o que esconde o nosso espirito, porque por vezes nem conseguimos ouvior certas musicas, caem logo mal. A musica faz vir ao de cima aquilo que sentimos. Por isso quando estou menos feliz oiço musica tipo locus horrendus, e quando tou feiz oiço musica tipo locus amenus.
Acho que a minha vida sem a musica era mais triste. Não há nada como ouvi-la, não há dia que eu não o faça. Nem passava bem se não o fizesse, é um vicio saudavél (quer dizer não tanto para os meus ouvidos, gosto de ouvi-la bem alto...) .
A musica faz-nos bem, dizem até os populares, quem canta seus males espanta! Por isso vejam, até o mal ela afasta! A musica serve-nos, faz ficar alegres, esquecer problemas temporariamente, divertimo-nos com ela, e até podemos fazer caridade nos concertos! Tem uma serie de utilidades boas, e muito poucas más. Além disso ainda integra nela a poesia, outra coisa maravilhosa.
Enfim, não vivo para a musica, mas não vivo sem ela. Sem duvida uma das melhores invenções do Homem.
E já agora, perfiro musicas com guitarras, gosto dos sons que aquilo emite, acho fascinante.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Equilibrio

MORTE
(diringido-se á VIDA FUTIL)

Tu ainda não reparaste
Que o bom, num perfeito grau,
Sem ter o mau por contraste,
Não seria nem bom nem mau?

O que era a noite sem o dia?
E a luz sem a escuridão?
O contraste é a razão
Porque a gente os avalia.

Tende por esta medida.
Tudo para o mesmo fim.
Até tu, a própria vida,
Não era nada sem mim.

VIDA FUTIL

Assim terias por norma
Desfazer o que eu fizesse...

MORTE

Não, não. Tudo se tranforma.
E nada desaparece!

VIDA FUTIL
(provocadora)

O que dirias, se eu risse
Dessa conversa vazia?...

MORTE

Já esperava essa tolice
Da tua sabedoria.

Olha, ri...mas ri de gosto,
Sem vergonha e sem decoro;
Mas olha que o lado oposto
Da gargalhada é o choro.

Excerto de "Auto da Vida e da Morte", António Aleixo
Ah dá que pensar! Este poeta algarvio tão ironico, tinha umas ideias intelegentes.
Isto para não dizerem que falo só sobre coisas más. Até que porque qual é a piada de criticar coisas boas? E qual é a graça do bom sem o mau para o compararmos? È o equilibrio natural das coisas....preto e branco, bom e mau, felicidade e tristeza, sorrisos e choro...umas sem as outras não fazem sentido. Pode parecer o inferno, mas é assim que tem irremediavelmente de ser. Se se perdem, a vida perde o sentido. E têem que concordar que há "pecados" que valem a pena...