sexta-feira, janeiro 26, 2007

Lógica?

Estou para aqui a olha para a treta do encran, na esperança que me venha uma ideia brilhante sobre o que escrever. Mas só tenho ideias mediocres, aliás como de custume. O dia também não está nada inspirador...Está sol mas está frio, e eu não tenho nada de interessante para fazer, nem nenhum comentário supostamente intelegente para fazer acerca dos ultimos dias. Estes dias têem sido irritantes. Pouco inspiradores...A música está aqui a berrar-me aos ouvidos, e para contrariar o normal, não está a ser inspiradora. O que me remete a uma conversa interessante. Dizia alguém, ou muita até já o disse, que o pessoal das Humanidades é inutil. Pois, quem faz contas é importante, mexe com dinheiro e tal, muito Importante. Os outros malucos da ciência fazem o mundo evoluir...Mas os artistas e humanistas? São uns parasitas, gastam a "massa" que o pessoal das matemáticas tão arduamente "contou" e aproveitam as novas tecnologias para "criar" meia dúzia de coisas inuteis...Somos os incompreendidos. Mas isto é um ciclo vicioso. Porque eles sem nós iam ter uma vida a "preto e branco" e nós sem o desprezo deles e as asneiras deprimentes que eles comentem jamais teriamos temas e inspiração para criar o que quer que fosse. Jamais (ou raramente) se viu um poeta a descrever coisas felizes, ou um humanista a estudar coisas que não sejam, por exemplo, "problemas-socias"...É....isto acaba por ser um "ecosistema" ou ciclo natural. Por outro lado, torna-se muito chato rotularem-nos de, talvez seja exagerado dize-lo, mas, "parasitas".

Tem isto alguma lógica?

Nós conseguimos ver lógica nos ciclos naturais, nos bichinhos, mas, e nós? O mais estupido animal? Quem compreende a nossa lógica? Haverá alguma? As plantas são verdes, os animais selvagens...E nós? Intelegentes? O que raio é a intelegência? A nossa alma? Há alguma lógica nisto? Todos os nossos comportamentos não têem qualquer tipo de padrão, por mais que tentamos arrajar um...E depois inventam o "relativismo" para explicar qualquer coisas que não tem explicação..."Ah e tal, isso é relativo...Por um lado coiso e tal, mas por outro..." Digamos que nós não somos um "animal intelegente" somos um "animal duvidoso".

Ok, é melhor parar. Até logo.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Este tipo pensava....ou não era cego

António Variações - Toma O Comprimido

Hey, Cara

Você parece doente
Ou anda com a saúde ausente
Decerto tem a testa quente
O mal será desse dente
Se não passa com aguardente
Vá à caixa e diga que é urgente
Lá há remédio pra toda a gente

Você foi imprevidente
Ou é muito impaciente
Faça cara de contente
Você vai ficar igual
Toma já um melhoral
Porque é bom e não faz mal
Além disso é legal
Toma já um melhoral
É o melhor e é legal

Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça

Você está muito pesada
Não diga que está inchada
Não há roupa que lhe sirva
Não há cinta que lhe valha
Já perdeu de todo a linha
Está a tempo de voltar a fina
É um milagre da medicina
Que é o avanço da aspirina

Tome e fique confiante
Vai ficar muito elegante
Isto é melhor que um purgante
Você vai emagrecer
Cuidado, não abusar
Mas se isso acontecer
Tome outro pra engordar
Cuidado não abusar
Não pare de controlar

Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça

Tu estás tão acorrentado
À sombra que tens ao lado
Não consegues apagar
As marcas desse passado
Que teimas em recusar
Mas a mistura da drogaria
E tens a cura para mais um dia

Descola a raiz do fundo
Ficas acima de tudo
Não sentes nada do mundo
Do mundo que te não quer
Cuidado, não abusar
Mas se isso acontecer
És mais um a flipar
Mas se tu queres acabar
Ó que tu queres é drunfar

Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça

Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça
Eu sei que é nocivo
A isto e áquilo
Esquece isso pelo bem que faça

Insiste

Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa
Toma um comprimido
Toma um comprimido
Toma um comprimido que isso passa



Nem vou fazer comentários, mas também não é preciso, ele diz tudo, aliás, até estou mesmo a ver o "quadro pintado" bem á minha frente.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Hoje ouvi, e pensei...eu faço isso por vezes



Hoje cheguei a casa e vi um documentário. Interessante, e tinha um tema bastante original: o Santo Graal. Cativou me uma ideia. A metáfora que essa taça representa, e que toda a história de religião e outras coisas mais por de trás disso é pura especulação...O Santo Graal, sendo ele a taça, o sangue real, ou outro objecto mitico qualquer, não passa de uma bela metáfora que exprime nada mais nada menos, que a procura de uma Verdade qualquer que irá solucionar ao Homem as suas mais porfundas dúvidas, e temos como maior exemplo a eterna dúvida existnecial "Como cá vim parar e qual é o meu objectivo no mundo? Seremos nós apenaas pó que se irá sumir com o tempo?" Nada mais natural que esta pergunta. Nada mais belo que tranforma-lo numa fantástica e intelegente história de romance e ensinamentos de valores. È um tema que podia ser largamente discutido. Um dia...

Digamos que falar do Graal nestes dias e não lembrar este belo quadro, bom corria o risco de me acontecer o mesmo que ao senhor de barbas do meio.


"Seremos nós mero pó?" Quando pensei nesta pergunta, levou-me a outra coisa que ouvi hoje na televisão (de vez em quando há uma alma caridosa que nos delecia com coisas decentes na tv, é a beleza de saber apreciar o raro). Parece-me que o sistema vigente em quase todo o mundo solucionou esta questão. Nós nem pó somos. Aliás somos algo muito menos palpavél do que o pó. Somos numeros. Simples e virtuais numeros. Isto é uma perda de...diremos humanismo, apesar de eu achar esta palavra muito forte para o caso. Mas a ideia é interessante. Basta vermos o nosso dia-a-dia: acordamos e dirigimos a vida por minutos, horas, dias e meses, anos, décadas, séculos...Acordamos de manhã para apanhar o comboio na linnha numero 3...Para apanharmos o autocarro numero qualquer coisa, e telefonamos para o numero de alguém antes de chegar á sala numero coiso e tal, escrevemos algumas 80 linhas, entregamos o trabalho e recebemos 10 valores, almoçamos 2 quarteirões ao lado da escola e comemos o menu numero 5, depois voltamos, vamos a tesouraria pagar a prestação da propina, e dizemos o nosso numero de escola em vez do nosso nome, que por sua vez tem um numero de B.I. associado, bem como o numero de contribuinte, de segurança social, de saúde, de eleitor, de telemovel, de código postal, de lote, de andar....Há uma infinidade de numeros que substituem o nosso nome e o nome das coisas, e o facto de sermos um individo, digamos que, individual, é muitas vezes esquecido. Têm essa duvida existêncial? Pois esta é uma maneira triste de a resolver. Temos a cabeça cheia de numeros, e pior, nos meus bolsos nunca andam muitos numeros...No meio dos numeros onde anda o EU? O meu, talvez ande por linhas de palavras, ou no meu nome que tenho tatuado. Não sou só um numero, mas sou tratada, aliás como todos, com mais um numeros para a conta....Conta do orçamento de Estado, estatísca nacional ou mundial, mais uma conta no meu próprio orçamento...Um numero. Mas só para não ser deprimente, nem todos o sabem, mais para além de todos este numeros há palavras, que exprimem e comprovam a minha existência, o meu nome, o que eu escrevo, o que sou, não é nem pode ser traduzido por um simples e racional numero. Eu não me esqueço não sou só mais um numero. Não gosto de numeros.


Numeros, e mais numeros, e mais numeros e mais... #£?$§%&!?

domingo, janeiro 14, 2007

Escrevo...

Vou me perder pelo labirinto das palavras, tenho que continuar a escrever, quero. Muito. Andar por ai ver as coisas, imagino uma história cheia de personagens tipo, cada vez que ando na rua. Cheiros diferentes, pessoas, muitas pessoas, movintos, vozes, pequenas frases que vamos apanhando. Aprendi, ou melhor, comecei a dar valor, a esta capacidade de observar, nas pequenas 2 semanas em que andei no curso de Antropologia, esta gente fez me ver a beleza da observação. E que lindo sitio é Lisboa para este exercicio, dá me vontade de escrever. Conseguimos mentalmente traçar um perfil de personagens, vidas que passam por nós e nem damos conta. Como será a vida do tipo engravatado e com dores de estomago que se senta á minha frente no comboio? Como foi a história do mendigo que ontem dormia debaixo da soleira dp predio ao pé da minha escola? Onde andará ele agora? E aquela pequena? Porque chora ela, será que a mãe não lhe oferece aquela linda boneca de cabelos doirados? E o moço que trabalha na caixa registradora do bar da escola? Êxodo rural com certeza, talvez venha do Alentejo... Podemos imaginar estas histórias, mas nunca saberemos a verdade, mas provavelmente a contar histórias hipotéticas toquemos no coração de alguém. Talvez, de certeza, quando contamos histórias transferimos coisas que vimos e sentimos, como a minha amiga a dançar energeticamente com a saia rodada ao som de "boys don't cry", ou talvez as lágrimas da minha prima quando a gata ficou doente, talvez os gritos que eu dei quando me irritei por se meterem onde não chamados, talvez a ânsia e o medo que eu ia sentindo por falhar um objectivo, ou raiva que tive quando não o alcancei. Talvez a vergonha que vi alguém sentir ao ser apanhado, a compaixão de alguém com aspecto bruto e voz grossa...Talvez as serras montanhosas com ruinas no alto que vi na terra, ou o burburinho de uma noite no bairro alto dêem me o perfeito cenário para uma história. Talvez uma voz muito romântica ou uma voz agressiva, ou cheiro das flores do cemitério que me dão vomitos, ou cheiro as flores silvestres, bem vivas, nos campos me recordem uma história que tinha inventado há muito. Quando contamos uma história é a nossa vida, e todos, que transferimos para o papel, compilamos experiências, talvez sejam coisas inventadas que nunca vimos, e por isso imaginamo-las. São as letras que tomam conta de nós, quando acabo de escrever, e leio, tomo consciência, que aquilo que queria escrever ganhou vida, e percorreu um caminho completamente diferente daquele que eu queria, como muitas vezes na vida acontece. E foi isso que aconteceu. Sentei me aqui, pensei, "vou escrever" vou escrever sobre aquilo que tenho visto em Lisboa, as sensações e pulsações da mais...nem tenho uma palavra que qualifique Lisboa como eu a vejo. E quando acabei, as palavras tomaram conta de mim, e o que eu escrevi? Não, eu fui apenas um objecto que ajudou as palavras a ganharem vida, tomaram conta de mim, e eu deixo. E vou continuar a deixar. Porque apesar de ser eu a escrever, não sou. Apesar de estar completamente exposta no texto, as palavras têem uma vida que eu não posso tentar controlar, nem quero, apenas posso escrever, dar lhes vida.
Sigam impulsos por mais que digam que é feio, é artistico, e muito boa a sensação, sigam os chamamentos, sigam o vosso coração...E é melhor calar me porque não quero estragar a minha reputação de besta.
Até logo.

sábado, janeiro 13, 2007

De volta...Bem vindos a 2007

De um dia para outro, abrimos os olhos e achamos que a vida mudou, esfregamos os olhos, aclaramos a vista, e depois de, quem sabe, um café, vemos que afinal não mudou tanto assim.
O secundario acabou, a universidade começa, ano novo vida nova, dizem eles, mas no fundo, somos os mesmos, mais maduros, com mais cicatrizes, talvez mais felizes, conhecemos mais pessoas, novas experiencias...Mas no fundo, somos os mesmos. Com os mesmos hábitos, o mesmo corpo, a mesma voz, os mesmos dilemas...O mundo gira mais depressa do que pensamos, e na ansia e frenesim da giratória, andamos cá nós a tentar fazer sentido á nossa efémera vida. É preciso acreditar, que podemos mudar, e que os outros também o podem, niguém nem nada muda assim, mas alteram-se, renovam-se. É preciso acreditar que se pode fazer a diferença, nós, jovens, deviamos ser os primeiros a acreditar. Acreditem. Por mais que tudo pareça igual ao século XIX alguma coisa mudou, nós estamos cá. Há que lutar por ideais, há que lutar, podem me chamar sonhadora, mas se todos o formos, como alguém no passado sempre o foi, as coisas mudam, vão mudando, nós queremos mudar o mundo, e facilmente conseguimos imaginar um mundo perfeito. Deixem de o imaginar, acreditem nele, e pelo menos algo do vosso mundo podem mudar.

Já não escrevia desde 2006, e cada vez que olho para o escrevo, percebo facilmente o meu estado de espirito, e há que aproveitar quando este está disposto a algo mais animador para o mundo. Hoje também não estou a escrever com muito sentido. Eu sou uma comediante, tenho de o ser, há que rir do mundo e de nós. Já me ri logo no 1º dia do ano. Nesse 1º dia vi o telejornal: á meia noite em New York os foguetes rebentavam, e todos os Americanos festejavam e pensavam no novo ano (e vida nova...) ao som de Jonh Lennon, "imagine all the people", ironia do destino, esperemos que eles percebam a letra com que entraram no ano novo...
Só mais um apontamento: referendo ao Aborto, mais uma vez, ACREDITEM, façam a diferença, não me interessa se pelo sim ou pelo não, mas lutem por o que acreditam. Eu acredito, e luto, luto e acredito no SIM, e tu? Luta! Luta pelo que achas certo, lutem, votem.
Deixo aqui uma inspiração ao escassos leitores que tenho, que eu nunca deixo sem resposta, por isso, leiam os comentários quando me dizem algo pretinente, e disfrutem desta letra maravilhosa.


Imagine

by John Lennon

Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky

Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too

Imagine all the people
Living life in peace
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man

Imagine all the people
Sharing all the world
You may say,
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one