Por entre fumos e chás reflecte sobre o mundo...Um pensativo cigarro , o suave cheiro do insenso, o aroma espalhado por o quarto, o quente chá percorre o corpo, aquece o corpo e as mãos...Prepara a caneta, abre o caderno, começa escrever, descreve o mundo que sentes sinseramente, suavemente e por vezes agressivamente, uma necessidade extrema que atravessa e obriga pessoas assim a fazer crónicas, comentar ou simplesmente descreve o triste e contente mundo em que vivemos. Talvez seja assim o sentimento dos bons autores do mundo, um sentimento que nos dá o poder de deuses quando escrevemos. Estranho. Quase que é tão bom ler quanto escrever. Loucuras...
Sou eu !
Pelos campos em fora. pelos escombros,
Pelos montea que embalam a manhã,
Largo os meus rubros sonhos de pagã,
Enquanto as aves poisam no meus ombros....
Em vão me sepultaram entre escombros
De catedrais de uma escultura vã!
Olha-me o loiro so tonto de assombros
E as nuvens, a chorar, chamam-me irmã!
Ecos longínquos de ondas...de universos...
Ecos de um mundo...de um distante Além,
De onde eu trouxe a magia dos meus versos!
Sou eu! Sou eu! A que as mãos ansiosas
Prendeu da vida, assim como ninguém,
Os maus espinhos sem tocar nas rosas!
Florbela Espanca
Ela que é sem duvida uma das melhores e mais brilhante autoras.
1 comentário:
Belo texto, os poetas, tu, a vida... é estranho, mas será que a poesia tem sempre que ser assim, pesada? quer dizer, a boa poesia. Não há poesia para gente feliz!
Florbela, grande poetisa, apesar d enão ser uma das minhas preferidas!
Boa sorte com o blog!
Enviar um comentário