quinta-feira, outubro 06, 2005

Antero Quental


Nirvana

Para além do universo luminoso,
Cheio de formas, de rumor, de lida,
De forças, de desejos e de vida,
Abre-se um vácuo tenebroso.

A onda desse mar tumuluoso
Vem ali expirar, esmeacida...
Numa imobilidade indefinida
Termina ali o ser, inerte, ocioso...

E quando o pensamento, assim absorto,
Emerge a custo desse mundo morto
E torna-se a olhar as coisas naturais,

Á bela luz da vida, ampla, infinita,
Só vê com tédio, em tudo quanto fita,
A ilusão e o vazio universais.

Antero Quental

Mais um um grande autor português, que teve todo o seu mérito.
E mais uma vez...á procura de algo...

1 comentário:

José Borges disse...

Eu não gosto de Antero, falta-lhe qualuqer coisa, um pózinho qualuqer que não faltou sem dúvida nenhuma a Garrett ou Bocage. Poesia de Quental é entediante.
Um poema menos mau!